Na cadeia de produção de aves e suínos, os principais ingredientes utilizados na composição das dietas são milho e soja. Os nutrientes presentes nesses dois alimentos se complementam proporcionando uma alimentação balanceada.
Durante o ciclo de vida desses animais, a alimentação representa aproximadamente 70% dos custos de produção e dentro desses custos, milho e soja tem grande impacto. Assim há anos pesquisas são realizadas para avaliar o desempenho dos animais alimentados com fontes alternativas de alimentos. Os alimentos pesquisados vão desde grãos como sorgo, milheto, triticale, e outros subprodutos como raspa de mandioca, resíduos de batata, beterraba, soro de leite e farelo de bolacha.
As pesquisas realizadas nos orientam a respeito se o alimento avaliado possui ou não fatores antinutricionais, se há alguma restrição de uso e qual inclusão máxima, para que não ocorra queda no desempenho dos animais. Dentro desse universo o farelo de bolacha tem apresentado destaque por não apresentar fatores antinutricionais e ter um elevado grau de palatabilidade.
O Farelo de bolacha é um coproduto misto obtido através da segregação, moagem e mistura dos resíduos de biscoito, pães, bolos, bolos, chocolates, massas alimentícias entre outros subprodutos.
Segundo Boggess et al. (2008 apud CORASSA, 2014), os resíduos da indústria de biscoitos, normalmente, possuem altos valores energéticos, por apresentarem elevados níveis de açúcares e gorduras, e conteúdo de proteína e lisina similares aos do milho.
Corassa (2014) avaliou a inclusão do farelo de bolacha na alimentação de porcas em lactação. Observou-se que a inclusão do farelo de biscoito permitiu reduzir a inclusão de milho nas dietas, sem alterar o desempenho dos animais, fato importante, tendo-se em vista a grande participação deste ingrediente em rações para suínos. No mesmo sentido, constatou-se que é viável substituir, parcialmente, o óleo de soja pelo farelo de biscoito, devido ao nível de gordura presente no ingrediente testado, que se apresenta maior, em relação a outros ingredientes energéticos, como os cereais. Desta forma, é possível reduzir os custos das dietas, tendo-se em vista o elevado custo do óleo de soja.
O farelo de biscoito pode ser incluído na dieta de porcas em lactação em até 30%, não afetando o peso, a espessura de toucinho e o consumo de ração. A inclusão de até 30% de farelo de biscoito em dietas de porcas em lactação não afetou a produção de leite e o desempenho da leitegada. A inclusão de 20% e 30% de farelo de biscoito na dieta de porcas em lactação melhorou a viabilidade econômica.
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- Fonte:
CORASSA, A.; PREZOTTO, R. T.; KOMIYAMA, C. M.; MOREIRA, P. S. A.; ARAÚJO, C. V. de. Farelo de biscoito na alimentação de porcas em lactação. Pesquisa Agropecuária Tropical, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 42–49, 2014. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/pat/article/view/23493. Acesso em: 28 dez. 2021